[ ]É essa cidade afastada de tudo que é rápido e forte. Parece que nem as àrvores tem pressa de balançar sob a brisa. As nuvens do apocalíptico pôr do sol estão congeladas, estáticas, escuras e cinza azuladas contra o amarelo lanceado de azul do céu. É linda essa cidade. A vista do primeiro andar, que paira sobre os telhados de telhinhas vermelhinhas e inclinadas e as árvores verde escuro ou salpicadas pacientes a luzes de postes, é enriquecida pelos pontos de luz branca, midiática, de clima de escola e de clima de passado. O laranja avermelhado do fundo, bem no fim do céu observável, contorna caixas dáguas e antenas de tv. E nessa hora o concreto é lindo e o acesso é evidente. O ronco de uma moto, deseducada comparada com todos os motores que passaram até agora, não é suficiente pra calar a paisagem silenciosa que é o pôr do sol numa cidade urbanizada do interior.
23 de janeiro de 2021 em pleno poente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário